A paranóia de escrever para os outros e não agradar

Toda vez que vejo uma tela em branco, ao invés de começar a pintá-la com palavras — como deveria ser —  eu travo. Travo como a mocinha que vê o amor platônico (ou crush, né juventude!) se aproximando. E nisso passam os minutos, me perco em outra atividade (ou blog) qualquer e quando vejo, a inspiração já foi.
A verdade é que sempre penso que tudo que escrevo é ruim demais. Antes mesmo de deixar as mãos se deleitarem no teclado, pensamentos negativos surgem e contaminam a vontade de escrever.
Sempre li muito que os textos têm que prender a curiosidade do leitor e fazer com que eles queiram seguir até o final. O título, enredo, final — tudo tem que ser para o leitor. E aí aparece a paranóia.


A paranóia de achar que já tem muitos outras histórias legais sendo contadas por aí. A nóia de fantasiar que também poderia eu fazer mais do mesmo — a internet já está tão saturada de sempre títulos parecidos! Ou que ainda, será que alguém se interessaria pelo que quero gritar ao mundo?
O fato é: enquanto continuar gastando energia e foco em encontrar um conteúdo interessante a terceiros, continuarei parada olhando para a tela branca sem qualquer sinal de cor. 

O propósito de muitos blogs hoje talvez seja gerar renda, publicando assuntos que às vezes, quem escreve nem se quer tem apreço por aquilo. Para isso, é preciso de fato escrever algo que agrada a quem lê, para atrair mais leitores e assim, visualizações.

É isso que me trava. A dualidade de ter que escrever com um propósito versus agradar a quem lê. O conflito gera dúvidas, que desanima, tira a inspiração e cumina em baixa estima...


Como sair dessa?
Fixar na cabeça que a escrita deve ser nada mais do que uma forma de jogar uma semente no mundo e que a colheita seja feita por aqueles que se identifiquem e assim, ao invés da busca por aprovação, o resultado seja o agrupamento de ideais em comum.

Que as palavras corram e que a mente não seja o policial chato que pede a habilitação.

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